Queda de cabelo no tratamento do câncer: por que acontece e como lidar
A queda de cabelo no tratamento do câncer é um dos efeitos colaterais da quimioterapia. Para algumas mulheres, ela pode ser assustadora; já para outras, um pequeno fato diante do diagnóstico da doença.
Seja como for, é inegável que o cabelo é visto como expressão de feminilidade para a sociedade e a perda dos fios em um momento de fragilidade emocional causada pela doença pode impactar a autoestima e tornar a vivência do câncer ainda pior.
Embora a perda de cabelo durante a quimioterapia seja passageira, ela mexe com aspectos psicológicos internos da mulher e por isso, entender por que isso ocorre com o nosso corpo e como lidar com o assunto em um momento difícil é uma forma de autocuidado e amor próprio. Vamos lá?
Por que o cabelo cai durante o tratamento do câncer?
O tratamento do câncer envolve sessões de radioterapia e quimioterapia e os dois podem causar a perda de cabelo e pelo, pois lesam os folículos responsáveis pelo seu crescimento. Mas isso acontece de forma diferente.
Com a radioterapia, cairão apenas os pelos localizados nas regiões do corpo onde os raios incidem. Portanto, o cabelo só cairá se a cabeça for o local de tratamento. A intensidade da queda dos fios depende da dose e do método utilizado no tratamento.
Quando o tratamento é a quimioterapia, a perda de cabelo ou não, depende dos quimioterápicos usados. Alguns podem levar à queda de todos os pelos do corpo, outros à perda parcial dos mesmos. Nestes casos, a queda de cabelo pode começar cerca de 2 a 3 semanas depois do início do tratamento e tende a se intensificar com a repetição dos ciclos. A quantidade de cabelo perdido depende das doses administradas e do intervalo entre sessões.
É possível evitar a perda de cabelo?
A queda do cabelo durante o tratamento quimioterápico não pode ser totalmente evitada, mas existe um produto que promete preservar de 50% a 80% dos fios.
É a touca de gelo, hipotérmica ou de resfriamento e ficou bem conhecida por ser usada por celebridades como a Ana Furtado e a Sabrina Parlatore quando estas enfrentaram o câncer.
Como o próprio nome sugere, essa touca é recheada com um gel térmico capaz de atingir até -20°C, resfriando o couro cabeludo do paciente e causando vasoconstrição, ou seja, a baixa temperatura deixa os vasos sanguíneos mais estreitos, reduzindo a quantidade de quimioterápico que chega nas células capilares e diminuindo a queda dos fios.
Para obter os resultados esperados, o paciente precisa usar a touca de gelo em todas as sessões de quimioterapia, colocá-la 30 minutos antes e ficar com ela de 30 minutos a 2 horas após o término.
Apesar da touca de resfriamento não ter efeitos colaterais, ela é bastante incômoda, pois a temperatura é muito baixa. É comum que os pacientes sintam dores de cabeça durante seu uso. E ela também não pode ser usada em todos os casos, depende do quimioterápico e da dose aplicada na sessão.
Como lidar com a queda de cabelo no tratamento do câncer
Além da perda de cabelo, o câncer traz muitas mudanças na aparência de quem desenvolve a doença, como inchaço, pele fina, perda dos cílios e sobrancelhas e - em alguns casos de câncer de mama - a remoção do seio.
Todas essas alterações impactam a autoestima da mulher. Cada uma tem uma forma de lidar com questão e não existe uma receita pronta para passar por este momento. Então, nosso objetivo aqui não é dar “dicas” de como superar a queda do cabelo, mas sim, falar de autocuidado de forma sincera.
Cortar o cabelo curtinho antes de iniciar a quimioterapia ajuda a reduzir o impacto visual da perda do cabelo, assim como raspar os fios de uma vez quando a queda se torna mais intensa.
Uma vez sem cabelo, adote o visual que te fizer bem: mostre a careca, use uma peruca ou lenços e turbantes maravilhosos. O importante é se sentir confortável e forte para superar o momento - que é só uma fase.
Paciência e esperança: a primavera dos fios vai chegar
Sim, é só uma fase. Os cabelos que caem com a quimioterapia recomeçam a crescer um a dois meses depois de encerrado o tratamento, voltando ao normal em seis meses a um ano.
É comum que a textura e às vezes a cor dos cabelos novos sejam diferentes do anterior. Na maioria das vezes, eles tendem a nascer mais finos e ralos e necessitam de cuidados especiais. Temos um conteúdo que aborda os cuidados que se deve ter com os cabelos pós-quimioterapia.
Por fim, o importante é se fortalecer para vivenciar a situação da melhor forma possível e se recuperar da doença. Pouco a pouco, vamos aprendendo que a força e a feminilidade não está só nos cabelos, mas sim na nossa vontade de viver e compartilhar a vida.
Se você conhece alguém que esteja enfrentando a doença, compartilhe este artigo. Se está passando pelo câncer, esperamos que este conteúdo tenha contribuído de alguma forma. E fique a vontade para compartilhar suas experiências nos comentários.